Desaprendendo a ser escritora
- Malu Paes
- 15 de nov. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 22 de nov. de 2024

Já sabia que queria ser escritora duas décadas atrás. Quando vi dois amigos escrevendo contos e permitiram que eu me juntasse à história, não houve mais opção.
Sim, eu já sabia escrever, e mantinha diários atrás de diários, mas isso... Isso era diferente.
Escrever contos, poemas, crônicas, fragmentos literários, sem nenhum objetivo além da alegria de escrever. E ler e reler o que havia sido escrito. Eu não queria nada além de poder continuar escrevendo.
O tempo, como sempre faz, passou. E a vontade de escrever nunca me largou, sempre abraçada comigo, aninhada nos cadernos e canetas que levo na bolsa para todo lugar. Mesmo parada e em silêncio, as aliterações e rimas continuam se encontrando nos meus pensamentos. Não há opção: é preciso escrever.
Nessas duas décadas, tentei várias estratégias para conter esse desejo profundo. Tive blogs, participei de revistas, escrevi em segredo, publiquei livros. Escrever era um fato curioso da minha pessoa, que lia, estudava e escrevia numa vida em paralelo. Mas o chamado da escrita só aumentava, gritando de dentro do meu peito: não há mais opção!
Preciso ser escritora.
Não durmo, não descanso, não respiro, não existo sem ser escritora. Não posso e não devo controlar, me resta entregar e aceitar.
Estou aprendendo, desaprendendo e reaprendendo, com uma única certeza:
Não há opção, sou escritora.
E estou descobrindo o que isso significa.
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